Mesmo em férias não poderia deixar de partilhar convosco uma novidade de que ontem fui conhecedora. Existe, há provas disso, o casamento colorido. Não, não me enganei, é mesmo o casamento colorido.

Que havia a amizade colorida, isso já eu sabia. Independente do número de cores e das próprias nuances das mesmas, sempre houve casos em que as pessoas são tão, mas tão “amigas”, que uma vez por outra confundem tudo e do abraço fraternal ao colchão da cama mais próxima vai um pulinho que é visto como uma coisa normal, sem mal, sem consequências, sem problemas, discreta e que ainda por cima não pede satisfações. O chamado bom para todos.

Agora, minhas caras parceiras destas crónicas, o aparecimento da figura do casamento colorido, no acervo das relações amorosas, deixou-me assim a modos que de queixo caído. Não se trata de ingenuidade, é mesmo uma questão de “mas o que é que esta gente tem na cabeça?”

Cada um dos parceiros aceita que o outro tenha namoradas e namorados fora do casamento, desde que, reparem bem, os intrusos sejam mais bonitos que o corno ou a corna que, obviamente não se sentem traídos mas sim complementados e portanto ainda agradecidos. Mas, que fique bem esclarecido para todos, “o marido é meu”, “a mulher é minha” e ninguém ouse sequer pensar que pode, por mais encantos ou recursos técnicos que tenha, posições ou malabarismos de que disponha, que pode quebrar o laço do sagrado matrimónio.

O que me deixa mais perplexa não é o facto deste tipo de comportamentos existirem. Sou uma liberal por excelência e quero mesmo é que toda a gente seja feliz na forma que melhor encontrar.

O que me surpreende é que este tipo de pessoas possam chamar casamento ao que têm e que pensem que uma coisa desse género possa sobreviver ou resistir perante o redor. Se manter uma relação requer amor, esforço, empenho, carinho, cuidado permanente, imaginem o que será quando a pessoa a quem dissemos sim anda por aí enquanto nós andamos por aqui e com um bocado de sorte, nos encontramos de vez em quando.

No meu caso, prefiro os amigos e o amor que dão cores lindas, variadas, fortes, berrantes, à minha vida, mas cada um no seu devido lugar. Sou assim um bocadinho à moda antiga.